Chegamos no Coliseu às 11h, só eu, a Poly e a Gisela decidimos entrar. As outras meninas queriam as barraquinhas, a Ieda tinha ido pra outros lados... A bilheteria estava com fila longa, mesmo assim esperamos. Pagamos 12euros com direito a visitar também o Fórum Romano que fica ao lado. Não havia guia em português naquele dia, tivemos que aguardar uma em espanhol. Melhor, pois em inglês só eu e a Poly entenderíamos. Pagamos 5euros por esse serviço guiado, pegamos um rádio tipo nextel para acompanhar à distância. A visita iria começar às 11h30 e levaria 2h30. Nem pensamos em fome, tudo era muito impressionante. Os turistas se embolavam na catraca da entrada e se dispersavam para os Meeting Points com seus respectivos guias. A entrada é escura porque a poluição já encobre com a foligem o primeiro piso externo do edifício. Vejam a foto.
De onde ficamos aguardando a chegada da guia dava pra ver a espessura das paredes, com uma envergadura minha, 1,50m, feitas com blocos imensos de mármore, cortados milimetricamente iguais, no momento, cheios de furos onde havia os ferros que amarravam os blocos, arrancados para outras edificações. A guia chegou e foi nos coduzindo, éramos um grupo de 30 pessoas. Ela iniciou com a história do edifício desde sua construção, dificuldades, objetivos, imperadores responsáveis, etc... Muita informação, poucas ficaram na memória, por isso fiz uma coletânea da internet para registrar aqui as mais importantes:
O Coliseu, também conhecido como Anfiteatro Flaviano, deve seu nome à expressão latina Colosseum (ou Coliseus, no latim tardio), devido à estátua colossal de Nero, que ficava perto a edificação. Localizado no centro de Roma, é uma excepção de entre os anfiteatros pelo seu volume e relevo arquitetônico. Originalmente capaz de abrigar perto de 50 000 pessoas, e com 48 metros de altura, era usado para variados espetáculos. Foi construído a leste do Fórum Romano e demorou entre oito a dez anos a ser construído.
O Coliseu foi utilizado durante aproximadamente 500 anos, tendo sido o último registro efetuado no século VI da nossa era, depois da queda de Roma em 476. O edifício deixou de ser usado para entretenimento no começo da Idade Média, mais tarde usado como habitação, oficina, forte, pedreira, sede de ordens religiosas e templo cristão.
Embora esteja agora em ruínas devido a terremotos e pilhagens, o Coliseu sempre foi visto como símbolo do Império Romano, sendo um dos melhores exemplos da sua arquitetura. Atualmente é uma das maiores atrações turísticas em Roma e em 7 de julho de 2007 foi eleita umas das "Sete maravilha do mundo moderno". Além disso, o Coliseu ainda tem ligações à igreja, com o Papa a liderar a procissão da Via Sacra até ao Coliseu todas as Sextas-feiras Santas.
Foi construído entre 70 e 90 d.C. Iniciado por Vespasiano de 68 a 70 d.C., mais tarde foi inaugurado por Tito por volta de 79 a 81 d.C., embora apenas tivesse sido finalizado poucos anos depois. Empresa colossal, este edifício, inicialmente, poderia sustentar no seu interior cerca de 50 mil espectadores, em três andares. Durante o reinado de Alexandre Severo e Gordiano III, foi ampliado com um quarto andar, podendo abrigar então cerca de 90 mil espectadores. Finalmente foi concluído por Domiciano, filho de Vespasiano e irmão mais novo de Tito, por volta de 81 a 96 d.C.
Arco de TitoA construção começou sob ordem de Vespasiano numa área que se encontrava no fundo de um vale entre as colinas de Celio, Esquilino e Palatino. O lugar fora devastado pelo Grande Incêndio de Roma do ano 64, durante a época de governo do imperador Nero, e mais tarde havia sido reurbanizado para o prazer pessoal do imperador com a construção de um enorme lago artificial, da Domus Aurea (em latim, "casa dourada"), situada num complexo de uma vila e de uma colossal estátua de si mesmo.
Vespasiano, fundador da dinastia Flaviana, decidiu aumentar a moral e autoestima dos cidadãos romanos e também cativá-los com uma política de pão e circo, demolindo o palácio de Nero e construindo uma arena permanente para espectáculos de gladiadores, execuções e outros entretenimentos de massas. Vespasiano começou a sua própria remodelação do lugar entre os anos 70 e 72, possivelmente financiada com os tesouros conseguidos depois da vitória romana na Grande Revolta Judaica, no ano 70. Drenou-se o lago e o lugar foi designado para o Coliseu. Reclamando a terra da qual Nero se apropriou para o seu anfiteatro, Vespasiano conseguiu dois objetivos: por um lado realizava um gesto muito popular e por outro colocava um símbolo do seu poder no coração da cidade. Mais tarde foram construídos uma escola de gladiadores e outros edifícios de apoio dentro das antigas terras da Domus Aurea, a maior parte da qual havia sido derrubada.
Vespasiano morreu mesmo antes de o Amphitheatrum Flavium ser concluído. O edifício tinha alcançado o terceiro piso e Tito foi capaz de terminar a construção tanto do Coliseu como dos banhos públicos adjacentes (que são conhecidos como as Termas de Tito) apenas um ano depois da morte de Vespasiano. A grandeza deste monumento testemunha verdadeiramente o poder e esplendor de Roma na época dos Flávios.
No Coliseu eram realizados diversos espectáculos, com os vários jogos realizados na urbe. Os combates entre gladiadores, chamados muneras, não eram pagos pelo Estado, mas sim por indivíduos em busca de prestígio e poder.
Outro tipo de espetáculos era a caça de animais, ou venatio, onde eram utilizados animais selvagens importados de África. Os animais mais utilizados eram os grandes felinos como leões, leopardos e panteras, mas animais como rinocerontes, hipopótamos, elefantes, girafas, crocodilos e avestruzes eram também utilizados. As caçadas, tal como as representações de batalhas famosas, eram efetuadas em elaborados cenários onde constavam árvores e edifícios amovíveis. Estas últimas eram por vezes representadas numa escala gigante; Trajano celebrou a sua vitória em Dácia no ano 107 com concursos envolvendo 11 mil animais e 10 mil gladiadores no decorrer de 123 dias.
O Coliseu também era utilizado para a realização de naumaquias, ou batalhas navais. O coliseu era inundado por dutos subterrâneos alimentados pelos aquedutos que traziam água de longe. Passada esta fase, foi construída uma estrutura, que é a que podemos ver hoje nas ruínas do Coliseu, com altura de um prédio de dois andares, onde no passado se concentravam os gladiadores, feras e todo o pessoal que organizava os duelos que ocorreriam na arena. A arena era como um grande palco, feito de madeira, e se chama arena, que em italiano significa areia, porque era jogada areia sob a estrutura de madeira para esconder as imperfeições. Os animais podiam ser inseridos nos duelos a qualquer momento por um esquema de elevadores que surgiam em alguns pontos da arena; o filme "Gladiador" retrata o funcionamento dos elevadores. Os estudiosos há pouco tempo, descobriram uma rede de dutos inundados por baixo da arena do Coliseu. Confirmando que o Coliseu foi construído onde, outrora, foi o lago do "Palácio Dourado de Nero".
Sylvae, ou recreações de cenas naturais eram também realizadas no Coliseu. Pintores, técnicos e arquitectos construiriam simulações de florestas com árvores e arbustos reais plantados no chão da arena. Animais seriam então introduzidos para dar vida à simulação. Esses cenários podiam servir só para agrado do público ou como pano de fundo para caçadas ou dramas representando episódios da mitologia romana, tão autênticos quanto possível, ao ponto de pessoas condenadas fazerem o papel de heróis onde eram mortos de maneiras horríveis, mas mitologicamente autênticas, como mutilados por animais ou queimados vivos.
Embora o Coliseu tenha funcionado até o século VI, foram proibidos os jogos com mortes humanas desde 404, sendo apenas massacrados animais como elefantes, panteras ou leões.
O monumento permaneceu como sede principal dos espetáculos da urbe romana até o período do imperador Honório, no século V. Danificado por um terremoto no começo do mesmo século, foi alvo de uma extensiva restauração na época de Valentiniani III. Em meados do século XIII, a família Frangipani (será que não são os antecessores do Lenio????????) transformou-o em fortaleza e, ao longo dos séculos XV e XVI, foi por diversas vezes saqueado, perdendo grande parte dos materiais nobres com os quais tinha sido construído.
O Coliseu, como não estava inserido numa zona de encosta, enterrado, tal como normalmente sucede com a maioria dos teatros e anfiteatros romanos. Em vez disso, possuía um "anel" artificial de rocha à sua volta, para garantir sustentação e, ao mesmo tempo, esta substrutura serve como ornamento ao edifício e como condicionador da entrada dos espectadores. Tal como foi referido anteriormente, possuía três pisos, sendo mais tarde adicionado outro. É construído em mármore, pedra travertina, ladrilho e tufo (pedra calcária com grandes poros), segundo conhecimentos passados por meu pai, essa pedra é muito mais leve que o mármore carrara. A sua planta elíptica mede dois eixos que se estendem aproximadamente de 190m por 155m. A fachada compõe-se de arcadas decoradas com colunas dóricas, jônicas e coríntias, de acordo com o pavimento em que se encontravam. Esta subdivisão deve-se ao fato de ser uma construção essencialmente vertical, criando assim uma diversificação do espaço.
A arena (87,5 m por 55 m) possuía um piso de madeira, normalmente coberto de areia para absorver o sangue dos combates (certa vez foi colocada água na representação de uma batalha naval), sob o qual existia um nível subterrâneo com celas e jaulas que tinham acessos diretos para a arena. Alguns detalhes dessa construção, como a cobertura removível que poupava os espectadores do sol, as quais podem ser vistas por cima dos muros chamadas de misulas, que sustentavam o velarium, enorme cobertura de lona destinada a proteger do sol os espectadores e mostram o refinamento atingido pelos construtores romanos. Formado por cinco anéis concêntricos de arcos abóbodas, o Coliseu representa bem o avanço introduzido pelos romanos à engenharia de estruturas. Esses arcos são de concreto (de cimento natural) revestidos por alvenaria. Na verdade, a alvenaria era construída simultaneamente e já servia de forma para a concretagem.
Os assentos (hoje só vemos 8 degraus em mármore, vejam a foto acima) eram em mármore e a cavea, escadaria ou arquibancada, dividiam-se em três partes, correspondentes às diferentes classes sociais: o podium, para as classes altas; as maeniana, setor destinado à classe média; e os portici, ou pórticos, construídos em madeira, para a plebe e as mulheres. O pulvinar, a tribuna imperial, encontrava-se situada no podium e era balizada pelos assentos reservados aos senadores e magistrados. Rampas no interior do edifício facilitavam o acesso às várias zonas de onde podiam visualizar o espectáculo, sendo protegidos por uma barreira e por uma série de arqueiros posicionados numa passagem de madeira, para o caso de algum acidente e, nos subterrâneos, ficavam as jaulas dos animais, bem como todas as celas e galerias necessárias aos serviços do anfiteatro, celas para os prisioneiros, locais onde os gladiadores se aqueciam e onde armas recebiam seu afiamento. Esse subsolo tinha 6 metros de altura.Como sede principal dos jogos gladiatórios até o séc. V, o Coliseu recebia seu público por 80 entradas numeradas que facilitavam também seu esvaziamento.
Os jogos gladiatórios não começavam no dia das lutas. Na verdade começavam alguns dias antes quando os combates eram anunciados com cartazes afixados nas casas e edifícios públicos. Nos cartazes pregados e nos vendidos na rua, veríamos toda a programação do dia de jogos, com os tipos de combates, horários, os nomes dos lutadores e o patrocinador da competição.
O dia dos jogos começava logo pela manhã. Romanos de todas as classes sociais se dirigiam ao Anfiteatro Flavium para presenciar um espetáculo que duraria até o crepúsculo. Nos arredores do anfiteatro, novos programas eram distribuídos. Nesse dia o público não precisaria comprar ingressos, já que o imperador era o promotor do evento. As pessoas se dirigiam para seus lugares segundo seu grupo social. A elite ocuparia a fileira mais perto da arena; os grupos médios ocupariam a segunda fileira e plebe e as mulheres ocupariam as duas últimas fileiras. Nesse dia, ainda era esperada a presença do imperador.
Transportados em carruagens abertas, os gladiadores entravam pela porta da arena e atrás deles, seus criados carregando seus armamentos. A plateia explodia em alegria gritando os nomes de seus preferidos. Os gladiadores vestiam uma capa púrpura com detalhes em ouro e davam uma volta em torno da arena para que o público pudesse vê-los. A carruagem parava em frente à tribuna imperial onde estava o imperador e os gladiadores saudavam-no erguendo o braço direito.
O Império Romano foi fundado sob a violência e a arena tinha a função simbólica de representá-la. O fato de escravos lutarem e morrerem na arena mostrava a vitória de Roma sobre seus inimigos, assim como a vitória da civilização, representados pelos romanos sobre a barbárie significava os povos vencidos.
Gladiador era um lutador escravo treinado na Roma Antiga. O nome "Gladiador" provém da espada curta usada por este lutador, o gladius (gládio). Eles se enfrentavam para entreter o público, e o duelo só terminava quando um deles morria, ficava desarmado ou ferido sem poder combater. Nesse momento do combate é que era determinado por quem presidia aos jogos, se o derrotado morria ou não, frequentemente influenciado pela reacção dos espectadores do duelo. Alguns dizem que bastava levantar o polegar para salvar o lutador, outros dizem que era a mão fechada que deveria ser erguida.
Entretanto alguns estudos relatam que nem sempre o objetivo era a morte de um dos gladiadores, haja vista, que isso geraria ônus para o estado romano. Argumenta-se que o principal objetivo era o entretenimento da plateia. Faziam parte da política do "pão e circo" (panis et circencis).
Pouco comum era que um romano de alta posição social, mas arruinado, se relacionasse como gladiador a fim de garantir a própria defesa, ainda que de maneira arriscada. Ser proprietário de gladiadores e alugá-los era uma atividade comercial perfeitamente legal.
Os gladiadores tinham treinamento em escolas especiais conhecidas como ludus. Em Roma havia quatro escolas, sendo a maior Ludus Magnos que era conectada com o Coliseu por um túnel subterraneo. No intervalo das lutas eles tinham um tratamento especial que envolvia grandes cuidados médicos e treinamento cuidadoso. No geral, eles não lutavam mais que três vezes ao ano. Viajavam em grupos conhecidos como famílias quando iam lutar em outras cidades. O treinador, conhecido como lanista (provavelmente derivado da palavra carniceiro), ia junto.
Os gladiadores eram, em grande parte, vegetarianos. Alimentavam-se basicamente de feijões e cevada. O motivo é o fato de que a carne era um alimento caro e eles eram escravos. Eram comuns nas lutas as participações de anões, sendo que eles lutavam tanto entre si como também em times contra gladiadores normais.
Havia também gladiadoras mulheres, que lutavam com um seio exposto, pois usavam as mesmas vestimentas dos gladiadores homens. O imperador Domiciano gostava de ver lutas entre anões e mulheres.
Os gladiadores eram os jogadores de futebol da sua época, heróis adorados, apesar de não serem aceitos socialmente. Alguns eram homens livres ou aristocratas que tinham perdido sua fortuna e escolheram viver vidas curtas, porém gloriosas. A maioria, no entanto, era formada por prisioneiros de guerra e criminosos condenados. Dezenas de milhares eram enviadas à morte em combates corpo a corpo, lutando contra animais selvagens ou em simuladas batalhas navais sobre naves verdadeiras na arena inundada. A emoção era grande e a violência era derramada sobre os espectadores, como nos jogos modernos de futebol. A vitória lhes conferia a liberdade, por isso tanto empenho e submissão.
O Coliseu era um enorme instrumento de propaganda e difusão da filosofia de toda uma civilização, e tal como era já profetizado pelo monge e historiador inglês Beda na sua obra do século VII "De temporibus liber": "Enquanto o Coliseu se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando o Coliseu ruir, Roma ruirá e quando Roma cair, o mundo cairá".
O Coliseu é conhecido como o maior símbolo da cidade de Roma, e um dos melhores exemplos da engenharia e da arquitetura romana.
Saímos de lá quase 3h da tarde, lotadas de informação e fotos. Queríamos poder gravar o relato da guia, mas era importante também fotografar... então, está aí um pouco do que consegui trazer sobre tantas curiosidades q ela nos mostrou. Uma das coisas importantes é que agora, revendo a história, tudo se encaixa como um quebra cabeças e aparece o quadro perfeito obedecendo à história. A guia também comentou que a engenharia e arquitetura atual usam ainda os princípios dos romanos quanto a elevadores, dutos, hidrálica e náutica que eles, de forma exemplar, desenvolveram. Bem, foi uma aula de história, cultura, arte, política, direito, hegemonia e civilização romana. Valeu cada centavo investido. Dirigimo-nos ao Fórum Romano que fica próximo, encontramos com as outras meninas q já tinham comprado lenços, badulaques, rosários do Vaticano... etc, etc, etc...Nós não queriamos nem comer, tal era a vontade de passear entre as ruas da Roma Imperial.
Vamos fazer uma pausa, há muito que contar do Fórum, no próximo capítulo continuaremos.
Até mais.
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