Janeiro de 2016, férias tão esperadas, programadas para ir com o Lenio visitar Campo Grande, Corumbá, La Paz e seus arredores, Bonito.
Assim fizemos: de avião até Campo Grande, a partir de Curitiba. Ficamos na capital do Mato Grosso do Sul apenas 3 dias, seguimos viagem para Corumbá de ônibus, onde ficamos 2 dias. Passamos a fronteira com a Bolívia até o Aeroporto em Puerto Suarez, pegamos um voo q fez escala em Santa Cruz de La Sierra e Cochabamba, para chegar em La Paz, no final da tarde.
Esse trajeto eu já tinha percorrido há alguns anos atrás, com meus filhos, Dennis e Marianne, exatamente em 1996. Naquela época ficamos em Campo Grande 2 dias, seguimos para Corumbá onde tivemos q ficar 3 dias pois havia necessidade do visto para entrar na Bolívia e também da vacina contra febre amarela. Hj em dia não precisa mais, apenas o RG, ou passaporte.
O trajeto de avião até Campo Grande foi feito em 4 horas; temos q considerar o fuso horário, de 1 hora. Seguimos ao Hotel de táxi, custo de R$ 20,00.
O Hotel Concord 3*, na Av. Calógeras, é bem localizado, próximo ao Mercado Municipal, do centro da cidade, de alguns monumentos da Av. Afonso Pena, a mais importante da cidade, além de outros pontos importantes, como a Feira de Artesanato onde se come o famoso sobá, nas sobarias ali instaladas. Ficamos felizes em poder conhecer tal iguaria. é muito conhecida e prestigiada. As sobarias ficam lotadas, realmente é saboroso. Vem em porções pequenas ou grandes. Pedimos duas pequenas: macarrão com molho shoyo, carne picadinha e cheirinho verde. O molho é tão bem temperado q a gente não deixa nenhuma gota no final...bebe tudo no potinho mesmo. O acompanhamento foi cerveja preta, muito bom!!!!
Saímos dali e fomos caminhar pelas lojinhas q ainda estavam abertas: muitas com produtos importados, outras com artesanato local.
No dia seguinte, seguimos a Corumbá, de ônibus, 7 horas de viagem. Chegamos em Corumbá, pegamos um táxi até o Hotel. Esse táxi nos cobrou o dobro porque nosso Hotel fica no município de Ladário. Fiquei muito zangada com isso. No dia seguinte pegamos outro taxi, pedi um que tivesse taxímetro, infelizmente não tinha. O que veio foi gentil, se explicou e se ofereceu pra levar dar uma voltinha rápida em Corumbá, na rua q acompanha o Rio, onde há uma praça, estação dos barcos de passeios e depois partirmos para a fronteira, em Puerto Suarez, pegar o voo para La Paz, pela empresa Transporte Aéreo Militar - TAM, em voo doméstico, boliviano.
Antes de seguirmos para o aeroporto devíamos carimbar nosso passaporte na alfândega brasileira, posteriormente, na alfândega boliviana. Esse processo demora bastante, por isso, saímos às 9h do hotel, deu tempo, chegamos no aeroporto 2 h antes do embarque, com tudo em ordem.
La Paz, ou Nuestra Señora de La Paz, está situada a 3.640 m de altitude, com temperatura média de 8°. É a cidade mais populosa, sede do governo mas não a capital do país, Sucre é a capital legal da Bolívia. Localiza-se entre um vale profundo rodeado por montes e montanhas de grandes altitudes pertencentes à Cordilheira dos Andes, entre a elevada Meseta andina e os vales mais baixos. A Cordilheira dos Andes está à leste da cidade, onde se encontra o Ilimani (6.465m), cuja silhueta aparece inclusive no emblema da cidade desde sua fundação. Dos pontos turísticos principais, não estivemos na estação de esqui mais próxima - Chacaltaya, infelizmente. Os demais vimos todos.
A viagem até La Paz teve conexão em Santa Cruz de la Sierra, de 30 min, seguimos em outra aeronave. A chegada em La Paz foi às 17 h. ainda claro. O taxista parou no caminho para tirarmos uma foto da cidade vista em El Alto, município onde fica o aeroporto mais alto do mundo - 4.061 m de altitude. Finalmente chegamos ao Hotel Sagarnaga, perto da Igreja de S.Francisco, a duas quadras da Igreja, numa ladeira bem íngreme, foi a primeira falta de fôlego... precisamos parar por duas ou mais vezes até atingir as duas quadras, na subida. Tempo bom, céu azul, muito frio.
O Hotel Sagarnaga, em La Paz, é bem localizado, confortável, com delicioso café da manhã. Já tínhamos decidido fazer alguns passeios e o primeiro foi um citytour, de táxi.
No dia seguinte combinamos q o taxista nos levaria até o Valle de la Luna. Eu ainda não conhecia, apesar de ficar a 30 min do centro da cidade, na parte sul. É um Vale, montanhoso, em argila pontiaguda, q se estende por grande distancia, parecendo cânions, de uma paisagem lunar. Em parte dele há trilhas que podem ser percorridas, subindo e descendo por entre as formações. A trilha maior pode ser feita em 1 hora, a outra em 30 min. A entrada foi 15 bolivianos. O taxista esperou enquanto percorremos a trilha maior. é um lugar impressionante, árido, de cor bege, que encanta pelas formações, foi a segunda falta de fôlego, por duas razões: primeira pela curiosa formação, e oputra pelas subidas e descidas tão sucessivas.
Dali passamos perto de um dos mais longos teleféricos da cidade (verde). Hj tem 3, mais um está sendo construído. O taxista nos levou também até a Plaza de Armas, onde está o Congresso, a Catedral e o Palácio de Governo. Fica numa área alta de La Paz. Dessa praça, o taxista nos deixou no teleférico (vermelho) que liga o centro de La Paz até El Alto, também chamado de Linea Roja. Fizemos em 10 min o trajeto desde a estação Central até El Alto- Estación 15 Julio. A vista é deslumbrante!!! Foi a terceira falta de fôlego, é mesmo de parar de respirar.... La Paz, se estende por entre as colinas à sua volta, em casas com tijolo aparente, de no máximo 3 andares. Uma curiosidade: disseram-nos que as casas são assim, sem cores porque a prefeitura cobra altos impostos de construções acabadas, então ninguém as termina pra não precisarem ser cobrados... Lá embaixo, no vale, ladeando a Av. Perez Velasco que corta a cidade em dois lados, há prédios altos, mostrando ser o centro da cidade. As luzes aos poucos vai se acendendo e a cidade torna-se com céu púrpura, é um belo espetáculo!!! Um imenso pinheirinho de natal... O teleférico desliza suavemente (sem trancos), silenciosamente, passa pelas duas estações e chega ao chão. Registramos algumas vistas, mas o melhor é participar ao vivo. Voltamos ao Hotel, a vida é agitada à noite, muita gente na rua, trânsito caótico durante todo o dia. Mesmo assim não vimos sequer um acidente ou tumulto, roubo ou agitação entre os pedestres ou carros. Há organização naquele caos!!!!
O próximo passeio seria Tiwanaku, outra novidade pra mim. O Lenio e eu estávamos sem palavras com todos os passeios que fizemos, vimos o quanto a Bolívia é rica em cultura, povo criativo, submisso, obediente, hospitaleiro, mas nem imaginávamos o q veríamos, de tirar nosso fôlego!!!!!
Um pouco da história:
"Perto do lago Titicaca, a 5 km inicialmente, hj a mais de 30 km, as impressionantes ruínas de Tiwanaku são o último vestígio de uma das mais duradouras civilizações da América do Sul. Anteriores às construções megalíticas dos incas, com pedras muito bem talhadas e alinhadas, as ruínas evocativas do deus criador Viracocha foram classificadas como Patrimônio Mundial da Unesco, por serem testemunhos do poder político e cultural desta civilização. " diz a Superinteressante, Julho, 2010.
Essas ruínas estão em um local distante 76 km de La Paz, em uma viagem de 1h 30 min. Ainda restam vestígios interessantes na arquitetura pública e cerimonial, com poucos registros sobre seu papel precursor no desenvolvimento das civilizações andinas sendo uma das mais antigas cidades planificadas da Am. do Sul.
O significado de Tiwanaku ainda não é esclarecido, entre outras interpretações etimológicas vem da civilização aymara " pedra do meio", confirmando a crença que Tiwanaku estaria no centro do mundo. Usam também outras grafias: Tiahuanaco, Tiahuanacu, etc... Tiwanaku foi a cidade centro de um importante conglomerado urbano, com uma população estimada inicialmente 30 a 40 mil pessoas, dispersas por 5 km quadrados, localizada a 3.845 m acima do nível do mar. Tiwanaku foi a sede de um império agrícola e as suas construções de larga escala eram destinadas a gerir os recursos hídricos, associados a secas prolongadas ou chuvas torrenciais e sazonais do clima rude do planalto boliviano.
A principal construção é a pirâmide AKAPANA, de fins funerários, reservatório de água, manutenção agrícola, com sete planos, mantendo sobre ela a cruz peruana central, rodeada de vários diques e canais para drenagem das águas pluviais.
Hj ao lado do que havia, existe apenas uma pequena aldeia onde habitam sobretudo índios aymara, considerados como descendentes de Tiwanaku. Perto de 3 milhões de pessoas viveram nessa região, desde 1500 AC a 400 DC, quando Tiwanaku cresceu se tornando centro de produção do bronze lhe dando vantagem militar, influenciando outras culturas no Peru, e Chile.
Além da pirâmide de AKAPANA, contém também a pirâmide PUMA PUNKU, o Templo de KALASASAYA, um templo semi-subterrâneo e áreas como PUTUNI, KERIKALA, KANTATALITTA, Museu Lítico e Cerâmico, o monólito de Bennett (arqueólogo que o encontrou) é o maior de todas as esculturas antropomórficas, com mais de sete metros de altura e pesando 20 ton. A população prefere chamar-lhe de "monólito Pachamama" do nome da deusa mãe-terra", uma das filhas do deus criador Viracocha ou Wiracocha.
Numa das mãos do gigantesco monólito surge um KERU, estando todo seu corpo coberto por baixos relevos temáticos agrícola, piscícola, astronômica e antropomórfica. Na outra mão do Pachamama ele segura uma espécie de bácula, símbolo do poder político, admitindo-se q os rituais religiosos estavam associados aos ciclos naturais e às colheitas, e o sucesso destas na base do poder aristocrático de Tiwanaku.
O Templo semi-subterrâneo é notório sobretudo pelas esculturas de 175 cabeças antropomórficas embutidas nas suas paredes, todas diferentes, representando a criação das nações humanas, ou ainda antigos governantes de Tiwanaku. Já nos museus situados à entrada do sítio arqueológico, são de destacar algumas cerâmicas milenares com rostos claramente com características chinesas ou dos seus povos vizinhos, mostrando que havia contatos com a outra costa do Pacífico.
A Porta do Sol, localizada dentro do tempo de Kalasasaya, é um dos ícones maiores de Tiwanaku, sendo talhada numa única pedra de andesito (não é cimento, como parece à primeira vista), cerca de 10 ton, um pouco danificada. Sua atual posição está alinhada à medição de solstícios e equinócios que a própria orientação do templo revela. Em aymara, Kalasasaya significa "pedras paradas" ou "pedras verticais", ou pedras em pé.
Muitas explicações envolvem Tiwanaku, possíveis, misteriosas, interessantes... Vimos o quanto essa cultura foi rica e influenciou nossos costumes. Voltamos pro Hotel, cheios de história, cansados, sem fôlego, mas satisfeitos!!!!
No dia seguinte fomos conhecer o Lago Titicaca, o lago maior, porque ele está dividido em dois, um menor e outro maior. Saímos em tour bem cedo, num micro ônibus. A saída de La Paz estava com trânsito interrompido na rodovia em obras, pegamos um desvio e chovia. Não dá pra imaginar como os carros se intercalam nessas rodovias secundárias, foi um espetáculo à parte... de tirar o fôlego pela quinta vez!!!!! Passamos por El Alto, que hoje é mais habitada do que La Paz, dá pra imaginar??? Em duas horas de passeio, nos livramos do trânsito mais pesado e a rodovia, boa, nos permitiu avançar e chegar em S. Pedro de Tiquina e San Pablo de Tiquina onde tivemos q pegar uma balsa para atravessar o lago. Seguimos ainda mais 1 h até Copacabaña. A vista dessa viagem, próxima ao Lago, é de tirar o fôlego... UFA!!! Que linda a vista do Lago, com sua vegetação verde escura em contraste com o azul das águas e o céu tão limpo!!!! Chegamos em Copacabaña perto das 11 h. Visitamos a Basílica Nossa Senhora de Copacabaña, concluída em 1619, um lindo templo católico q recebe anualmente fiéis que vem em caravana, a pé, desde La Paz. Seguimos direto para o barco até a Ilha do Sol (mais 1 h de viagem). Descemos perto de um templo, construído em pedra, pelos incas. Dali o Lenio e os demais passageiros seguiram em caminhada, eu voltei ao barco para encontrá-los em outro ponto onde iriam descer. Tirei algumas fotos e logo chegaram. Voltamos para Copacabaña para o almoço. Foi servida Truta... hmmmmm.... deliciosa!!!! Eu já tinha estado no Lago Titicaca (lago menor), quando fui com meus filhos, mas não fomos até Copacabaña, ficamos num paradeiro, onde almoçamos e fomos à una Ilha onde visitamos ruínas incas e uma ilha de totora. Infelizmente essas ilhas não existem mais ali, agora estão próximas a Puno, no Peru. Uma vez q elas são construídas com a palha da Totora, podem ser feitas em outros lugares. Voltamos no final da tarde, já noite, chegamos ao Hotel perto das 21 h.
A próxima visita seria o comércio local e o Estádio Hernando Siles. Era o penúltimo dia em La Paz, só viajaríamos no dia seguinte, então fomos caminhar pelo comercio, andar de vans urbanas, viver a vida da cidade. Pegamos uma van onde estava escrito "Estádio", por 3 pesos ele nos deixou na praça em frente. A entrada no local foi fácil, havia treino de futebol infantil e o portão 9 estava aberto. O porteiro nos permitiu entrar até o campo, fotografar à vontade. Saímos satisfeitos. O Estádio é novo, imponente, colorido e com um gramado bem cuidado. Não tivemos acesso às instalações internas, como sala de troféus, etc...porém, usamos os banheiros, tudo funcionando. Quando saímos percebemos que o nome do Estádio Hernando Siles não existe como estampa em frente ao prédio. Fotografamos da praça em frente e então, descobrimos que ali havia réplicas de alguns monumentos q existem em Tiwanaku, fiz uma panorâmica, bela descoberta!!
Pegamos novamente outra van para voltar à Praça da Igreja São Francisco, perto do nosso Hotel. Rapidinho estávamos lá, por 3 pesos. Viemos na frente da van e eu puxei conversa com o motorista, porém, ele estava prestando muita atenção ao trânsito, só depois de algumas perguntas notei q ele nem piscava... outras vans se colocavam à sua frente, ele permitia e em outras ele se enfiava na frente de caminhões e ônibus e eles permitiam... um verdadeiro caos... tudo organizado, com muito respeito, funciona sem acidentes ou xingamentos... foi de tirar o fôlego, mais uma vez!!!!
Saímos de La Paz felizes pelas oportunidades q tivemos em conhecer tanta coisa interessante e com histórias ricas em nossa memória. Chegamos em Puerto Suarez depois de ficar 3h de espera em Santa Cruz de La Sierra, num aeroporto abafado, sem ar condicionado... um horror!!!! Dessa vez fiquei sem fôlego porque não havia ar respirável, até eu encontrar uma sala vip da empresa aérea com ar condicionado.
Em Puerto Suarez tinha ainda q carimbar a saída da Bolívia na alfândega e a entrada no Brasil... tudo carimbado, pegamos um táxi até o hotel para no dia seguinte irmos a Bonito, de micro ônibus.
Bonito é uma cidade base, para vários passeios que estão nas propriedades, fazendas nas redondezas. Como são passeios particulares o preço é alto. Vimos no Bonito Hi Hostel, onde ficamos, q há mais de 30 passeios a serem feitos, dentre eles, alguns imperdíveis como a flutuação, a Gruta Azul, o Parque das Cachoeiras com almoço. Esses foram os que fizemos pois tínhamos apenas 3 dias. A flutuação tem em alguns lugares, mas o preço e as vagas não nos permitiram visitar os melhores lugares. Estávamos em época de férias (alta temporada), cidade cheia de turista... que fazer!!! Fomos até o Balneário Municipal, onde o Lenio fez flutuação, seguindo a correnteza, vendo os peixinhos e peixões!!!!
O passeio na Gruta Azul tem guia q acompanha, o local recebe um número pequeno de visitantes a cada hora. As imagens são impressionantes, pois a Gruta é muito aberta, profunda e ainda com águas de coloração azul anil. Há um momento que os raios de sol batem nas águas do lago no seu interior, perto do meio dia.
No Parque das Cachoeiras, caminhamos 1700 m pelas margens do Rio Mimoso, em meio à mata ciliar, por cima de passarelas de madeira, com um guia que explicava o nome e a formação de cada uma das 7 cachoeiras por onde passamos: do Amor, da Gruta, entre outras.
De Bonito, fomos até Campo Grande, onde ficamos no Hotel Metropolitan, excelente café da manhã, confortável, atendimento VIP, por duas noites. Caminhamos mais um pouco pela capital, visitamos o Mercado Municipal, a Casa dos Baís (museu) e enfim voltamos pra casa.
Que aventura!!!!! De tirar o fôlego!!!!!!
No dia seguinte, seguimos a Corumbá, de ônibus, 7 horas de viagem. Chegamos em Corumbá, pegamos um táxi até o Hotel. Esse táxi nos cobrou o dobro porque nosso Hotel fica no município de Ladário. Fiquei muito zangada com isso. No dia seguinte pegamos outro taxi, pedi um que tivesse taxímetro, infelizmente não tinha. O que veio foi gentil, se explicou e se ofereceu pra levar dar uma voltinha rápida em Corumbá, na rua q acompanha o Rio, onde há uma praça, estação dos barcos de passeios e depois partirmos para a fronteira, em Puerto Suarez, pegar o voo para La Paz, pela empresa Transporte Aéreo Militar - TAM, em voo doméstico, boliviano.
Antes de seguirmos para o aeroporto devíamos carimbar nosso passaporte na alfândega brasileira, posteriormente, na alfândega boliviana. Esse processo demora bastante, por isso, saímos às 9h do hotel, deu tempo, chegamos no aeroporto 2 h antes do embarque, com tudo em ordem.
La Paz, ou Nuestra Señora de La Paz, está situada a 3.640 m de altitude, com temperatura média de 8°. É a cidade mais populosa, sede do governo mas não a capital do país, Sucre é a capital legal da Bolívia. Localiza-se entre um vale profundo rodeado por montes e montanhas de grandes altitudes pertencentes à Cordilheira dos Andes, entre a elevada Meseta andina e os vales mais baixos. A Cordilheira dos Andes está à leste da cidade, onde se encontra o Ilimani (6.465m), cuja silhueta aparece inclusive no emblema da cidade desde sua fundação. Dos pontos turísticos principais, não estivemos na estação de esqui mais próxima - Chacaltaya, infelizmente. Os demais vimos todos.
A viagem até La Paz teve conexão em Santa Cruz de la Sierra, de 30 min, seguimos em outra aeronave. A chegada em La Paz foi às 17 h. ainda claro. O taxista parou no caminho para tirarmos uma foto da cidade vista em El Alto, município onde fica o aeroporto mais alto do mundo - 4.061 m de altitude. Finalmente chegamos ao Hotel Sagarnaga, perto da Igreja de S.Francisco, a duas quadras da Igreja, numa ladeira bem íngreme, foi a primeira falta de fôlego... precisamos parar por duas ou mais vezes até atingir as duas quadras, na subida. Tempo bom, céu azul, muito frio.
O Hotel Sagarnaga, em La Paz, é bem localizado, confortável, com delicioso café da manhã. Já tínhamos decidido fazer alguns passeios e o primeiro foi um citytour, de táxi.
No dia seguinte combinamos q o taxista nos levaria até o Valle de la Luna. Eu ainda não conhecia, apesar de ficar a 30 min do centro da cidade, na parte sul. É um Vale, montanhoso, em argila pontiaguda, q se estende por grande distancia, parecendo cânions, de uma paisagem lunar. Em parte dele há trilhas que podem ser percorridas, subindo e descendo por entre as formações. A trilha maior pode ser feita em 1 hora, a outra em 30 min. A entrada foi 15 bolivianos. O taxista esperou enquanto percorremos a trilha maior. é um lugar impressionante, árido, de cor bege, que encanta pelas formações, foi a segunda falta de fôlego, por duas razões: primeira pela curiosa formação, e oputra pelas subidas e descidas tão sucessivas.
Dali passamos perto de um dos mais longos teleféricos da cidade (verde). Hj tem 3, mais um está sendo construído. O taxista nos levou também até a Plaza de Armas, onde está o Congresso, a Catedral e o Palácio de Governo. Fica numa área alta de La Paz. Dessa praça, o taxista nos deixou no teleférico (vermelho) que liga o centro de La Paz até El Alto, também chamado de Linea Roja. Fizemos em 10 min o trajeto desde a estação Central até El Alto- Estación 15 Julio. A vista é deslumbrante!!! Foi a terceira falta de fôlego, é mesmo de parar de respirar.... La Paz, se estende por entre as colinas à sua volta, em casas com tijolo aparente, de no máximo 3 andares. Uma curiosidade: disseram-nos que as casas são assim, sem cores porque a prefeitura cobra altos impostos de construções acabadas, então ninguém as termina pra não precisarem ser cobrados... Lá embaixo, no vale, ladeando a Av. Perez Velasco que corta a cidade em dois lados, há prédios altos, mostrando ser o centro da cidade. As luzes aos poucos vai se acendendo e a cidade torna-se com céu púrpura, é um belo espetáculo!!! Um imenso pinheirinho de natal... O teleférico desliza suavemente (sem trancos), silenciosamente, passa pelas duas estações e chega ao chão. Registramos algumas vistas, mas o melhor é participar ao vivo. Voltamos ao Hotel, a vida é agitada à noite, muita gente na rua, trânsito caótico durante todo o dia. Mesmo assim não vimos sequer um acidente ou tumulto, roubo ou agitação entre os pedestres ou carros. Há organização naquele caos!!!!
O próximo passeio seria Tiwanaku, outra novidade pra mim. O Lenio e eu estávamos sem palavras com todos os passeios que fizemos, vimos o quanto a Bolívia é rica em cultura, povo criativo, submisso, obediente, hospitaleiro, mas nem imaginávamos o q veríamos, de tirar nosso fôlego!!!!!
Um pouco da história:
"Perto do lago Titicaca, a 5 km inicialmente, hj a mais de 30 km, as impressionantes ruínas de Tiwanaku são o último vestígio de uma das mais duradouras civilizações da América do Sul. Anteriores às construções megalíticas dos incas, com pedras muito bem talhadas e alinhadas, as ruínas evocativas do deus criador Viracocha foram classificadas como Patrimônio Mundial da Unesco, por serem testemunhos do poder político e cultural desta civilização. " diz a Superinteressante, Julho, 2010.
Essas ruínas estão em um local distante 76 km de La Paz, em uma viagem de 1h 30 min. Ainda restam vestígios interessantes na arquitetura pública e cerimonial, com poucos registros sobre seu papel precursor no desenvolvimento das civilizações andinas sendo uma das mais antigas cidades planificadas da Am. do Sul.
O significado de Tiwanaku ainda não é esclarecido, entre outras interpretações etimológicas vem da civilização aymara " pedra do meio", confirmando a crença que Tiwanaku estaria no centro do mundo. Usam também outras grafias: Tiahuanaco, Tiahuanacu, etc... Tiwanaku foi a cidade centro de um importante conglomerado urbano, com uma população estimada inicialmente 30 a 40 mil pessoas, dispersas por 5 km quadrados, localizada a 3.845 m acima do nível do mar. Tiwanaku foi a sede de um império agrícola e as suas construções de larga escala eram destinadas a gerir os recursos hídricos, associados a secas prolongadas ou chuvas torrenciais e sazonais do clima rude do planalto boliviano.
A principal construção é a pirâmide AKAPANA, de fins funerários, reservatório de água, manutenção agrícola, com sete planos, mantendo sobre ela a cruz peruana central, rodeada de vários diques e canais para drenagem das águas pluviais.
Hj ao lado do que havia, existe apenas uma pequena aldeia onde habitam sobretudo índios aymara, considerados como descendentes de Tiwanaku. Perto de 3 milhões de pessoas viveram nessa região, desde 1500 AC a 400 DC, quando Tiwanaku cresceu se tornando centro de produção do bronze lhe dando vantagem militar, influenciando outras culturas no Peru, e Chile.
Além da pirâmide de AKAPANA, contém também a pirâmide PUMA PUNKU, o Templo de KALASASAYA, um templo semi-subterrâneo e áreas como PUTUNI, KERIKALA, KANTATALITTA, Museu Lítico e Cerâmico, o monólito de Bennett (arqueólogo que o encontrou) é o maior de todas as esculturas antropomórficas, com mais de sete metros de altura e pesando 20 ton. A população prefere chamar-lhe de "monólito Pachamama" do nome da deusa mãe-terra", uma das filhas do deus criador Viracocha ou Wiracocha.
Numa das mãos do gigantesco monólito surge um KERU, estando todo seu corpo coberto por baixos relevos temáticos agrícola, piscícola, astronômica e antropomórfica. Na outra mão do Pachamama ele segura uma espécie de bácula, símbolo do poder político, admitindo-se q os rituais religiosos estavam associados aos ciclos naturais e às colheitas, e o sucesso destas na base do poder aristocrático de Tiwanaku.
O Templo semi-subterrâneo é notório sobretudo pelas esculturas de 175 cabeças antropomórficas embutidas nas suas paredes, todas diferentes, representando a criação das nações humanas, ou ainda antigos governantes de Tiwanaku. Já nos museus situados à entrada do sítio arqueológico, são de destacar algumas cerâmicas milenares com rostos claramente com características chinesas ou dos seus povos vizinhos, mostrando que havia contatos com a outra costa do Pacífico.
A Porta do Sol, localizada dentro do tempo de Kalasasaya, é um dos ícones maiores de Tiwanaku, sendo talhada numa única pedra de andesito (não é cimento, como parece à primeira vista), cerca de 10 ton, um pouco danificada. Sua atual posição está alinhada à medição de solstícios e equinócios que a própria orientação do templo revela. Em aymara, Kalasasaya significa "pedras paradas" ou "pedras verticais", ou pedras em pé.
Muitas explicações envolvem Tiwanaku, possíveis, misteriosas, interessantes... Vimos o quanto essa cultura foi rica e influenciou nossos costumes. Voltamos pro Hotel, cheios de história, cansados, sem fôlego, mas satisfeitos!!!!
No dia seguinte fomos conhecer o Lago Titicaca, o lago maior, porque ele está dividido em dois, um menor e outro maior. Saímos em tour bem cedo, num micro ônibus. A saída de La Paz estava com trânsito interrompido na rodovia em obras, pegamos um desvio e chovia. Não dá pra imaginar como os carros se intercalam nessas rodovias secundárias, foi um espetáculo à parte... de tirar o fôlego pela quinta vez!!!!! Passamos por El Alto, que hoje é mais habitada do que La Paz, dá pra imaginar??? Em duas horas de passeio, nos livramos do trânsito mais pesado e a rodovia, boa, nos permitiu avançar e chegar em S. Pedro de Tiquina e San Pablo de Tiquina onde tivemos q pegar uma balsa para atravessar o lago. Seguimos ainda mais 1 h até Copacabaña. A vista dessa viagem, próxima ao Lago, é de tirar o fôlego... UFA!!! Que linda a vista do Lago, com sua vegetação verde escura em contraste com o azul das águas e o céu tão limpo!!!! Chegamos em Copacabaña perto das 11 h. Visitamos a Basílica Nossa Senhora de Copacabaña, concluída em 1619, um lindo templo católico q recebe anualmente fiéis que vem em caravana, a pé, desde La Paz. Seguimos direto para o barco até a Ilha do Sol (mais 1 h de viagem). Descemos perto de um templo, construído em pedra, pelos incas. Dali o Lenio e os demais passageiros seguiram em caminhada, eu voltei ao barco para encontrá-los em outro ponto onde iriam descer. Tirei algumas fotos e logo chegaram. Voltamos para Copacabaña para o almoço. Foi servida Truta... hmmmmm.... deliciosa!!!! Eu já tinha estado no Lago Titicaca (lago menor), quando fui com meus filhos, mas não fomos até Copacabaña, ficamos num paradeiro, onde almoçamos e fomos à una Ilha onde visitamos ruínas incas e uma ilha de totora. Infelizmente essas ilhas não existem mais ali, agora estão próximas a Puno, no Peru. Uma vez q elas são construídas com a palha da Totora, podem ser feitas em outros lugares. Voltamos no final da tarde, já noite, chegamos ao Hotel perto das 21 h.
A próxima visita seria o comércio local e o Estádio Hernando Siles. Era o penúltimo dia em La Paz, só viajaríamos no dia seguinte, então fomos caminhar pelo comercio, andar de vans urbanas, viver a vida da cidade. Pegamos uma van onde estava escrito "Estádio", por 3 pesos ele nos deixou na praça em frente. A entrada no local foi fácil, havia treino de futebol infantil e o portão 9 estava aberto. O porteiro nos permitiu entrar até o campo, fotografar à vontade. Saímos satisfeitos. O Estádio é novo, imponente, colorido e com um gramado bem cuidado. Não tivemos acesso às instalações internas, como sala de troféus, etc...porém, usamos os banheiros, tudo funcionando. Quando saímos percebemos que o nome do Estádio Hernando Siles não existe como estampa em frente ao prédio. Fotografamos da praça em frente e então, descobrimos que ali havia réplicas de alguns monumentos q existem em Tiwanaku, fiz uma panorâmica, bela descoberta!!
Pegamos novamente outra van para voltar à Praça da Igreja São Francisco, perto do nosso Hotel. Rapidinho estávamos lá, por 3 pesos. Viemos na frente da van e eu puxei conversa com o motorista, porém, ele estava prestando muita atenção ao trânsito, só depois de algumas perguntas notei q ele nem piscava... outras vans se colocavam à sua frente, ele permitia e em outras ele se enfiava na frente de caminhões e ônibus e eles permitiam... um verdadeiro caos... tudo organizado, com muito respeito, funciona sem acidentes ou xingamentos... foi de tirar o fôlego, mais uma vez!!!!
Saímos de La Paz felizes pelas oportunidades q tivemos em conhecer tanta coisa interessante e com histórias ricas em nossa memória. Chegamos em Puerto Suarez depois de ficar 3h de espera em Santa Cruz de La Sierra, num aeroporto abafado, sem ar condicionado... um horror!!!! Dessa vez fiquei sem fôlego porque não havia ar respirável, até eu encontrar uma sala vip da empresa aérea com ar condicionado.
Em Puerto Suarez tinha ainda q carimbar a saída da Bolívia na alfândega e a entrada no Brasil... tudo carimbado, pegamos um táxi até o hotel para no dia seguinte irmos a Bonito, de micro ônibus.
Bonito é uma cidade base, para vários passeios que estão nas propriedades, fazendas nas redondezas. Como são passeios particulares o preço é alto. Vimos no Bonito Hi Hostel, onde ficamos, q há mais de 30 passeios a serem feitos, dentre eles, alguns imperdíveis como a flutuação, a Gruta Azul, o Parque das Cachoeiras com almoço. Esses foram os que fizemos pois tínhamos apenas 3 dias. A flutuação tem em alguns lugares, mas o preço e as vagas não nos permitiram visitar os melhores lugares. Estávamos em época de férias (alta temporada), cidade cheia de turista... que fazer!!! Fomos até o Balneário Municipal, onde o Lenio fez flutuação, seguindo a correnteza, vendo os peixinhos e peixões!!!!
O passeio na Gruta Azul tem guia q acompanha, o local recebe um número pequeno de visitantes a cada hora. As imagens são impressionantes, pois a Gruta é muito aberta, profunda e ainda com águas de coloração azul anil. Há um momento que os raios de sol batem nas águas do lago no seu interior, perto do meio dia.
No Parque das Cachoeiras, caminhamos 1700 m pelas margens do Rio Mimoso, em meio à mata ciliar, por cima de passarelas de madeira, com um guia que explicava o nome e a formação de cada uma das 7 cachoeiras por onde passamos: do Amor, da Gruta, entre outras.
De Bonito, fomos até Campo Grande, onde ficamos no Hotel Metropolitan, excelente café da manhã, confortável, atendimento VIP, por duas noites. Caminhamos mais um pouco pela capital, visitamos o Mercado Municipal, a Casa dos Baís (museu) e enfim voltamos pra casa.
Que aventura!!!!! De tirar o fôlego!!!!!!
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