Aí estão relatos escritos pelo meu companheiro de viagem, Lenio Cardoso, que com grande maestria soube revelar detalhes curiosos da capital portenha. Foram 4 dias de passeios interessantes, além da rica convivência que fortaleceu nossa amizade. Os textos foram editados no Jornal "O Açoriano" de Taquari, Rio Grande do Sul, sua cidade natal e me foram autorizados à reprodução na íntegra. Portanto, leiam com atenção pois terão anotações valiosas sobre preços, distancias, marcas, comparações e um festival de sinestesia.
Além do texto a inovação são minhas fotos, enquanto ele escrevia, eu "clickava". Deleitem-se!!!!!!
MI BUENOS AIRES QUERIDA (1)
Além do texto a inovação são minhas fotos, enquanto ele escrevia, eu "clickava". Deleitem-se!!!!!!
MI BUENOS AIRES QUERIDA (1)
- ACÁ ME TIENES DE REGRESO -
O CONVITE
Estava em casa cumprindo meus compromissos que são..... nenhum, quando um e-mail estampava o seguinte:-"Queres viajar para Buenos Aires ?" Querer eu quero, porém depende do preço. Não fui à Grécia, à Turquia e à Itália por não ter chegado aquele dinheirinho que estou esperando a horas, a...... Megasena. -"Não, o negócio é barbada: 10 x r$ 73,90." Ah ! Assim, dá. Aceitei de pronto !
A COMPANHIA
O convite partiu da paranaense, Nilda Maria Senra, o meu "Anjo da Guarda", em Santiago, do Chile. Desde aquela data, continuamos trocando e-mails e a afinidade e entusiasmo por viagens, é mútua. Quando falei para alguns amigos, imediatamente, afirmaram:-"Isso aí, tem mais que amizade." Lembrei-me de um grande amigo que perguntou-me, se eu acreditava na amizade de um homem e de uma mulher, sem segundas intenções. Eu disse que não e ainda arrematei:-"Um conquistadoor como tu, não acredito." Pois, ele provou por "A" + "B" que era amizade pura. Fiquei convencido e agora, está acontecendo comigo. Amizade puríssima, nosso negócio é viajar, conhecer novos lugares, novas culturas.
A VIAGEM
Dia 10/05/12, 5ª-feira, nos encontraríamos no aeroporto, pois o A 320, da TAM, partiria às 12,26 hs... Cheguei cedo no Salgado Filho , para recebê-la. Olhei o painel e dos 14 voos programados, só um cancelado, justamente, o de Curitiba. O combinado era fazer o check-in de ambos, mas voo cancelado, ela não chegaria a tempo. Dali algum tempo, recebi um telefonema do seu filho Dennis dizendo que ela estava tentando outras rotas e que chegaria às 3,00 hs., da madrugada. Avião lotado (29 fileiras x 6 lugares=174), mas tinha 173, pois o assento ao meu lado, ficou vago. Entre a decolagem e a aterrissagem, no Aeroparque, foi gasta, somente, 1,24 h..
BUENOS AIRES
Já estive na capital portenha três vezes, porém sempre de passagem: em 1978, na Copa do Mundo, acompanhei a Fase Classificatória do Brasil que foi em Mar del Plata; em jan/2011, no retorno de Santiago, do Chile, escala no "Ezeiza", mas ninguém desceu do avião e em agosto/2011, com o Inter, pela Recopa, contra o C.A.I. (C. A. Independiente), de Avellaneda. Aí, fiquei um pouco mais.
Aeroporto para atendimento doméstico e países do Mercosul. Igual ao antigo Salgado Filho, hoje "Terminal 2". O meu amigo Paulino Tadeu que retornou de lá, juntamente, com a sua esposa Rosane, deu-me algumas tintas (dicas):-"No aeroporto, tem duas opções de táxis: o normal, com taxímetro e o "Remis", com preço fixo (mais barato). Fui no Setor de Turismo e a mocinha "embaralhou" a minha cuca, dizendo que o táxi normal, era mais barato. :-"Mas, como ?" : -"Sim, para quem conhece a cidade, se o Sr. não conhece, eles ficam dando voltinhas e a corrida sai muito mais cara." Dei o nome do Hotel Concorde - Calle 25 de Mayo, 630 - Centro -. Ela olhou no mapa e disse-me:-"Pegue a Linha 33 e desça na 1ª parada, após a Av. Córdoba que é bem conhecida." Lembrei-me do Paulino Tadeu:-"Ônibus, só com moedas". E, eu não tinha. Sabia até o preço: 1,25 peso (R$ 0,62) (Em Porto Alegre custa R$ 2,85). Fui numa banca de jornais e comprei um "Diário Popular", por 3 pesos (R$ 1,50). Para não ocorrer a mesma coisa que em Lima, onde "quarei" na parada, perguntei a um daqueles carregadores de malas, por outro ônibus. Ele foi muito cortês e falou:-" Puedes seguir también por la línea 45." Muchas gracias, mas antes, perguntei para que lado tinha que ir. Chegando de avião, a gente não tem a noção para que lado é o centro.
COLETIVOS
Primeira novidade, na Rodoviária de P. Alegre, onde passam 64 linhas de ônibus, seria impossível fazer o que eles fazem lá, isto é, em cada parada, o nº da linha dos coletivos que ali podem parar. Bem na frente do Aeroparque, numa parada coberta, uma placa estampava: 33 e 45. Estou em casa ! Os ônibus são de tamanho médio, tipos os C1, C2 e C3, da nosssa capital e no alto, à direita, o nº da linha e ao lado, na mesma altura, também pintado, o ponto inicial, uns dois ou três pontos intermediários e o fim da linha (tudo fixo). Não tem cobrador, é tudo com o motorista. A gente diz onde quer ir e os preços variam, não é "tarifa única", como aqui. O motora aperta um botão, num pequeno painel e a gente coloca a(s) moeda(s), numa gabine atrás dele, de onde sai um ticket e o troco, se tiver. Gostei da brincadeira.
Vamos ao hotel, después, conocer la ciudad ? Vamos juntos ?
MI BUENOS AIRES QUERIDA (IV)
-ACÁ ME TIENES DE REGRESO-
MONUMENTAL DE NUÑEZ
Palco da abertura e encerramento da Copa do Mundo-1978 (a 11ª). O River Plate é o grande rival do Boca Juniors, embora esteja em baixa, está na 2ª divisão. Paga-se 50 pesos (R$ 25,00), para visitar o estádio e o museu. Estádio lindo, com dois lances de arquibancadas, pintadinhas de vermelho e branco. Atrás de uma das goleiras, lá no alto, um grande placar eletrônico. Senti-me em casa, parecia o Beira-Rio. Agora, vamos visitar o "Museo River-River Mania". Entra-se num túnel escuro, com luz vermelha. No chão, desde o 1º passo, o ano de fundação - 1901 - a medida que vamos caminhando, os anos subsequentes vão aparecendo. A cada década, uma sala com fotos da época, aliás não só fotos, como discos de músicas e acontecimentos daqueles 10 anos. Na de 50, tem até um carro de corrida de Fórmula 1, de Juan Manuel Fangio, pentacampeão mundial de automobilismo. Assim, de 10 em 10 anos, vamos do passado ao presente, através de 11 salas, intercaladas à esquerda e à direita. A sala de troféus é riquíssima. Além do túnel, o que impressionou-me foi no alto de uma parede, a pintura de 5 jogadores, de corpo inteiro e embaixo, uma locomotiva (Maria Fumaça), de verdade, dentro do museu. Aquele ataque (década de 40) era conhecido como "La máquina".
Bom banho, troca de roupa (mais social), com temperatura de 15 graus, porém com sensação térmica de uns 12. Pé na rua ! Talvez um show de tango. Passamos na Galeria Pacífico, onde à noite, é linda por dentro e por fora e caímos na Florida.
Vocês já ouviram falar em "Bufanda" ? Eu conheço bufanfã, já vi homens e mulheres bufando, mas bufanda, o que seria ? Nada mais que uma manta (não é de lã, é uma casemira encorpada), não muito larga (um palmo de largura, mas usa-se dobrada ao meio), comprida, com franjinhas nas pontas (Tipo estola de padres), usadas por homens e mulheres. Sabemos que os argentinos vestem-se bem e na bufanda dando um ou dois nós, por fora do casaco, fica lindíssima. Comprei uma, na Loja Fratelli - Florida, 780 - vendedora Sandra, e já saí com a bufanda enrolada no pescoço. Que venga el frio !
TANGO
Continuamos na Florida e na esquina com a Corrientes (espécie de Esquina Democrática de P.Alegre: Rua da Praia x Borges de Medeiros, só que a Corrientes não é tão larga), uma aglomeração. Nos aproximamos e era um show de tango, em plena calçada. Três pares de dançarinos davam verdadeira aula de música portenha. Uma maravilha ! A contribuição é espontânea e colocamos nosso óbulo numa cartola, posta junto ao público. Depois de muito tempo, seguimos pela Florida e a Nilda Maria sabia que no seu segmento, camelôs ofereciam produtos bons e baratos. Após percorrermos umas 5 ou 6 quadras, ei-los, no calçadão.
BRINCANDO COM O PERIGO
Ela viu o produto, gostou, puxou o dinheiro e quando estava entregando para a vendedora, chegou um policial metropolitano que , secamente, disse:-"Las ventas se cerraron". Teve que devolver o produto e receber de volta o dinheiro. Fiquei chateado, por ela e pela vendedora, mas sei do rigor da polícia argentina.
VAI DAR PRISÃO
Mas, a minha amiga de viagem, não se deu por vencida, piscou o olho para a vendedora, caminhamos uma quadra e voltamos. O policial estava perto, mas noutro camelô. Então..........
Pensei, cá comigo, vou ter que acionar o Seguro FlyCard que disponibiliza US$ 500,00, para Assistência Jurídica (Nunca viaje sem esse seguro. Eu faço a corretagem do mesmo). Será que escaparemos dessa ? É o que veremos na próxima Coluna. Hasta luego !
MI BUENOS AIRES QUERIDA (5)
-ACÁ ME TIENES DE REGRESO-
LA PRISÓN
As vendas dos camelôs estavam encerradas e os policiais em cima. A minha companheira de viagem, voltou com o valor certinho. O policial estava próximo, porém ao virar as costas para advertir outro vendedor, a Nilda Maria alcançou o dinheiro e em troca, vieram as cobiçadas mercadorias. Movimentos perfeitos. Estava frio, mas eu... suava. Com as "Pashminas" colocadas na bolsa, passamos pelo guardinha que nos encarou, então, em coro, demos:-"Buenas noches." E, nos .......mandamos.
CENTRO
Continuamos pela Peatonal (Recordam-se da viagem a Santiago, do Chile, dos peatones ?" Pedestres. Pois, a Calle Florida é um calçadão para nós, para eles é peatonal. A língua espanhola é imbatível em adjetivos e denominações, Vide "Monumental de Nuñez" e nós, "Mundão do Arruda". Que pobreza !) Florida que estava com muita movimentação de turistas e bonaerenses. Fomos até a Corrientes famosa por seus teatros, livrarias, pizzarias e cafés. Defronte ao "Teatro El Nacional", batemos fotos, um do outro quando um elegante casal argentino ofereceu-se para sacar fotos de nós dois juntos. Levaram nosso sorriso e um cordial:"Muito obrigado".
No cruzamento, da Corrientes, com a Av. 9 de Julio (a mais larga do mundo), lá está, imponente, o símbolo da cidade: O Obelisco. Bem iluminado, é uma das atrações portenhas. Duas quadras, à direita, ainda na "Nueve de Julio", o conhecido, internacionalmente, Teatro Colón. "Uno de los más importantes de la Lírica Mundial"). Outra joia da cidade. As ruas bem iluminadas, continuavam movimentadas.
Passava da meia-noite, era hora de voltar, mas tínhamos que comer alguma coisa. As "Medias Lunas", do café da manhã, já tinham ido para o espaço. Vínhamos pela Calle Lavalle e avistamos "El Palacio De La Papa Frita"(Buen gusto y tradición, por más de 50 años). " Vamos nessa ? Sim, mas vamos ver o cardápio e o preço: 100 pesos=R$ 50,00. Estava bem acessível. Escolhemos "Medallion de Lomo" (O nosso filet mignon"), com papas fritas e olhando a "Carta", solicitamos um vinho da........ Patagônia (Tinto seco). Enquanto preparavam os pratos, o garçon, um cidadão com mais de 50 anos, simpaticíssimo, el señor Fernando Cives. Bom conhecedor do futebol brasileiro, a sintonia fluiu rápida. Lá pelas tantas, declarou-se "hincha" (torcedor) do Boca. Eu disse que era do Internacional, de P. Alegre e que fora uma pena ter sido desclassificado, pois voltaria, na 4ª-feira seguinte, para enfrentá-los. Foi aí que ouvi algo (que mais tarde, outros aficcionados do Boca confirmaram):-"Nós preferimos o Fluminense, por dois motivos: 1º) Queremos vingar-nos da derrota, em casa, na Fase Classificatória. 2º) O Inter é mais time que o FLU. Tem D'Alessandro, Guiñazu, Leandro Damiao, Dátolo, etc...". Foi uma conversa de alto nível. Dali, uns 20 minutos, vem ele com um enorme bife e uma grande travessa de batatinhas fritas.(Nunca tinha visto aquele tipo de batatinhas, depois, no prospecto, li que eram "Las exquisitas papas soufflé", isto é, são inchadinhas, mas têm o mesmo gosto das normais). No bife, ele esnobou, pois cortou-o em quatro pedaços, com a....... colher.
Que maciez ! Que sabor ! O bife foi todo, mas sobraram batatinhas. Era uma montanha ! O vinho estava à altura, descia macio. A troca de amabilidade foi tanta que a sobremesa, foi "regalo", da casa. A Nilda Maria ficou tão enlevada com aquele vinho que pediu a garrafa para comprar e levar para Curitiba. Saiu ela, com aquela garrafa vazia na bolsa. Eu arrumo, cada companhia ! No outro dia, entramos nuns 44 supermercados, casas de vinho, etc... e não encontramos esse bendito vinho. Nilda Maria, só há duas maneiras de encontrá-lo: indo à Patagônia ou voltando ao "El Palacio de la Papa Frita". Em qualquer das duas hipóteses, quero estar junto. (Alerta: coisa oferecida ou está podre ou está ardida). Ha! Ha! Ha !
Que maciez ! Que sabor ! O bife foi todo, mas sobraram batatinhas. Era uma montanha ! O vinho estava à altura, descia macio. A troca de amabilidade foi tanta que a sobremesa, foi "regalo", da casa. A Nilda Maria ficou tão enlevada com aquele vinho que pediu a garrafa para comprar e levar para Curitiba. Saiu ela, com aquela garrafa vazia na bolsa. Eu arrumo, cada companhia ! No outro dia, entramos nuns 44 supermercados, casas de vinho, etc... e não encontramos esse bendito vinho. Nilda Maria, só há duas maneiras de encontrá-lo: indo à Patagônia ou voltando ao "El Palacio de la Papa Frita". Em qualquer das duas hipóteses, quero estar junto. (Alerta: coisa oferecida ou está podre ou está ardida). Ha! Ha! Ha !
VOLTA AO HOTEL
Já era mais da 1,30 h., da madrugada e saímos caminhando, no Centro de Buenos Aires. Muita gente ainda na rua. Como a segurança é importante ! Traçamos os planos para o outro dia (sábado - 12-05-12) e boa noite !
-"ACÁ ME TIENES DE REGRESO"-
VOLTA AO RECOLETA (SÁBADO-12.05.12)
Após o café, encontramo-nos com o Vagner e a Raquel que, juntamente, com um casal de Campinas-SP, Lucas e Camila iriam ao Recoleta. Defronte ao mesmo, nos fins de semana, é armada uma grande feira ambulante, além das lojas fixas (muito boas, por sinal). O sexteto partiu do Hotel, a pé, às 9,10 hs. e chegamos, às 10,05 (55 minutos). Dia ensolarado, ms friozinho, bom para caminhar, sem suar.
Produtos variadíssimos e a Nilda Maria que lá em Viña del Mar-Chile, aconselhou-me comprar anéis, brincos, correntes ou pulseiras com a pedra característica da região: "Lazulli" (não comprei). Agora, fomos numa banca que vende, somente, artigos com a pedra "Rodocrosita" (cor de rosa) quase que exclusiva da Argentna. Desta feita, comprei um par de brincos para a minha filha, Leka. Boa compra. Gostei de uma barraquinha, só de camisetas com inscrições: "No tengo 60 años, tengo 18, con 42 de experiencia", "Este año tengo varias Metas: Meta Vino, Meta Joda, Meta y Ponga".
BOMBONERA
À tarde, de ônibus - Línea 152 -, fomos ao Estádio do C.A. Boca Juniors. Construção diferente (por fora e por dentro) de todas as praças esportivas que já tinha conhecido. Da calçada, através de uma grade, enxerga-se o gramado (bem pertinho) e uma das "verticais" arquibancadas. Paga-se 50 pesos=R$25,00 para entrar no Estádio e visitar o "Museo de la Pasion Boquense". Como o horário de visitação ao Museu, estava encerrada, paguei 40 pesos=R$ 20,00, só para entrar no Estádio. Parece uma caixinha de fósforo, não tem pista atlética e o alambrado fica a uns 2 metros do gramado, inclusive, atrás das goleiras. Realmente, jogar ali , para os adversários, é sufocante.
MUSEU
No hall de entrada, existe um bar, uma lojinha de artigos esportivos boquense e uma estátua de metal do eterno ídolo, Maradona. Mesmo com o Museu fechado, subindo uma rampa, chega-se a ele. Estava tudo na penumbra, mas deu para ver o riquíssimo conjunto de troféus. Esse time é um vencedor, com 2 Mundiais, 6 Libertadores, 4 Recopas (Achei interessante, pois o Inter evitou o tri e o tetracampeonato, pois o Boca foi campeão em 2005, 2006 e 2008 e o colorado gaúcho intrometeu-se e levantou a Recopa de 2007) e muitos outros troféus. Não deu para ver tudo, mas vale a pena a visita.
CAMINITO
Sabíamos que ficava ali perto, mas um funcionário do Boca aconselhou-nos que não fôssemos a pé. Já estava escurecendo e era "Mui peligroso". Fomos até a esquina para pegar um táxi, mas olhando para a frente, observamos crianças, com seus pais, caminhando, tranquilamente. Bem, onde tem criança, não tem assalto, então partimos a pé. Somente, três quadras e estávamos lá. Bairro com predomínio de imigrantes italianos genoveses, "La piccola Italia". É um local de encontro de boêmios, pintores, escultores, artesãos, músicas e cantores atraídos por este ambiente colorido. Os imigrantes eram de origem pobre, construíam suas casas com chapas acanaladas de zinco, de navios, onde cada embarcação tinha a sua cor, sendo assim, o bairro ficou multicolorido. Muitos sobrados de alvenaria também, com uma cor embaixo e outra em cima. Ruas estreitas, com paralelepípedo, tornam esse conjunto de fatores, numa agradável visita. Aquele prédio com a inscrição "Caminito", talvez seja um dos mais fotografados na capital Argentina. É uma visita obrigatória.
PUERTO MADERO
Do Caminito, vamos ao "transformado" Puerto Madero. Vamos juntos, pois vale a pena.
MI BUENOS AIRES QUERIDA (FINAL)
-"ACÁ, ME TIENES DE REGRESO"-
PUERTO MADERO
É igual ao cais do porto da capital gaúcha, bem no centro da cidade, porém com uma pequena diferença: aqui, são galpões, lá, construções de alvenaria, com andar superior. Então, o que eles fizeram ? Transformaram aqueles prédios em restaurantes, lojas, enfim, revitalizaram aquele local, transformando-o num ponto turístico "imperdible", tanto de dia, como de noite. São 4 diques , com pontes que avançam o Rio de La Plata (espaço do homem, conquistando a natureza). No Dique nº 3 está ancorado uma embarcação que constitui-se no "Museo Fragata Pte. Sarmiento. Do Caminito, em vez de irmos de táxi (sentímo-nos seguros, com tantos turistas), pegamos um ônibus da Línea 020 (1,20 pesos=R$ 0,60) que nos levou até lá. Caminhamos muito no cais, até chegarmos na linda "Puente de La Mujer" que foi inaugurada em 20.12.2001, medindo 170 metros de comprimento, 6,20 de largura. "Su imagen sintetiza la figura de una pareja bailando el tango". Obra do arquiteto e engenheiro Santiago Calatrava. Essa ponte é, realmente, diferente com essa figura estilizada e os seus cabos de aço, nos proporcionam uma belíssima visão. Cruzamos a ponte, batemos fotos e a "hambre" (fome) mostrou suas garras.
Optamos pelo "Restaurante Campo de Asadores" (En el corazon de Puerto Madero Este) que é panorâmico, bem defronte à ponte. Senti-me em casa, pois os garçons atendem com trajes gaúchos, inclusive, com lenço colorado e os W.Cs. indicam "China" (Feminino) e "Gaucho" (Masculino). Todavia, os proprietários não são gaúchos riograndenses. Fomos muito bem servidos e atendidos e o preço bem razoável. Destacamos o excelente garçon Javier Gomes. Parabéns à Casa, ainda voltaremos lá.
Após o lauto jantar, fomos até a Casa Rosada. Comparando com a capital gaúcha, saímos do cais do porto (Av. Mauá) rumo à Praça da Matriz. À noite, em Porto Alegre, alguém arriscar-se ia ? Pois, fomos tranquilamente, à Séde do Governo Argentino, cujo palácio é, feericamente iluminado com refletores com luzes cor de rosa, dando um aspecto de rara beleza. Não bastando isso, um prédio ao lado é iluminado com holofotes com luzes azuis. O contraste de ambas as cores é, simplesmente sensacional. Buenos Aires é uma cidade preparada para o turismo. Que cidade ! Dali, ainda fomos até ao Obelisco (seria até ao Centro Administrativo do Estado do RS), passamos pelo Teatro Colón e retornamos "a pezito no más", até ao hotel, sem sobressaltos.
TEATRO COLÓN
Último dia - 13.05.2012 - e o A-320, da TAM, decolaria rumo a P.Alegre, às 15,05 hs., portanto, ainda tínhamos uma manhã livre. Levantamos cedo e fomos conhecer o famoso Teatro Colón (Inaugurado em 1908), "Espacio de arte esplendor a todos los argentinos". O interessante é que o prédio está de costas para a Av. 9 de Julio (a do Obelisco). Paga-se 110 pesos (R$ 55,00) < não aceitam dólares, muito menos reais, porém aceitam cartões de crédito), para uma visita guiada (9,45 hs.). Pode-se bater fotos, mas sem flash. A competente guia foi nos conduzindo a diversos locais, como salão dourado, com lustres de Paris; o mesmo piso da Catedral Metropolitana, de mosaico veneziano (Uma beleza !), muitos ambientes com móveis originais; salões com roupas usadas por artistas famosos, chegando até ao camarote das autoridades, frontal ao palco. Muitas vezes, o célebre casal Evita-Juan D. Perón viram espetáculos daquele local. Internamente, em forma arredondada, com 5 galerias nas laterais e na parte frontal. É muito pomposo e luxuoso. Visita obrigatória, onde você sentirá o que é luxo e requinte.
Táxi, hotel-aeroporto, por R$ 60,00 (30,00 p/cada um). Chegamos cedo, fizemos o chek-in e tratamos de almoçar. Não foi barato, mas qual aeroporto que não é caro ? Pagamos R$ 70,00 cada um, mas comemos, relativamente, bem. Decolamos de BUE, às 15,10 hs. e aterrissamos em POA, às 16,20 hs. (1,10 h. de voo). Permaneci no Salgado Filho até à noite, pois a minha grande companheira de viagem, a Nilda Maria partiria para Curitiba, às 21,00 hs.
Esse foi um dos passeios mais agradáveis que já fiz. Os dias estavam limpos, ensolarados, em companhia agradável, conhecendo pessoas alegres como os casais Vagner e Raquel de Goiania e Lucas e Camila de Campinas. Fomos muito bem recebidos e servidos nos dois restaurantes que visitamos, atendidos por pessoas gentis e cordiais nas lojas onde entramos, enfim, nada tenho a dizer contra os argentinos, só agradecer sermos tão bem recebidos. Com certeza isso dá um gostinho de "quero mais" e logo, logo voltaremos. Hasta luego Buenos Aires!!!!!!!
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